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Liderança em Arte

Liderança em Arte
17/01/2022

No capítulo ‘Vitalizar constantemente’, do livro ‘Qual é a tua obra?” (Editora Vozes), o filósofo Mario Sergio Cortella coloca em questão a relação entre a liderança e a capacidade de inspirar. A questão é essencial e ganha novas dimensões a cada instante, numa sociedade tecnologia e informacional em ebulição, na qual as diversas artes buscam um espaço.

 

Um ponto a ser discutido está na concepção de líder na atual sociedade em transformação em que vivemos. Esse conceito merece uma revisão, pois existe ainda a ideia de que esses seres ‘inspiradores’ portariam luzes norteadoras. Quais artistas, nesse sentido, trazem uma centelha a ser seguida?

 

O mundo das artes caminha, faz algum tempo, por veredas em que novos conceitos de liderança são necessários. Muito menos do que criadores visuais que ditem normas, precisamos desenvolver a capacidade da escuta. Afinal, vivemos em uma sociedade em que, como comprovam as redes sociais, todos querem mais falar e ser vistos do que ouvir e ver.

 

Um ponto essencial das lideranças artísticas estaria, portanto, em ser aquele que ouve carinhosamente, que escuta solidariamente e que coloca a escuta a serviço da ação. Esse tripé não é simples de ser colocado em prática e demanda a redução ou a morte do ego, ou seja, a capacidade de se anular perante o outro para renascer mais forte como grupo.

 

O desafio é esse. Demanda muito de cada um rumo a uma mudança transformadora de si e dos que nos rodeiam. Ser líder em arte não reside apenas em um fazer, um escrever ou um falar encantador. Está em disseminar um espírito de entrega àquilo que se faz. Os resultados, como visibilidade e recompensa financeira, portanto, serão a consequência desse trabalho.

 

Oscar D’Ambrosio

 

Imagm:@gallo_arts