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A Expulsão do Paraíso, de Masaccio

A Expulsão do Paraíso, de Masaccio
01/10/2021

Afresco de 214 cm × 88 cm pintado por Masaccio, em aproximadamente em 1425, “Cacciata dei progenitori dall'Eden”, conhecido em língua portuguesa como “A Expulsão do Paraíso” ou ainda como “A Expulsão de Adão e Eva do Paraíso”, integra um conjunto que está nas paredes da Capela Brancacci da igreja de Santa Maria del Carmine, em Florença, Itália.

 

Batizado Tommaso di Ser Giovanni di Simone, Masaccio (San Giovanni Valdarno, 1401 – Roma, 1428), realizou afrescos que exaltam o ser humano, sendo considerado o primeiro grande pintor italiano depois de Giotto e um dos grandes mestres do início do Renascimento daquele país, como mostra esta obra, em que o humano começa a ocupar o lugar do divino.

 

A criação de Masaccio, não é uma ilustração do episódio bíblico descrito no Capítulo 3 do Gênesis, mas uma intepretação visual em que se destacam aspectos como os raios divinos que saem do Portal do Paraíso; Adão cobrindo o rosto com as mãos pelo sentimento de culpa perante o Pecado Original e Eva com expressão angustiada tentando esconder a nudez.

 

Ao alto, o Anjo, portanto uma espada, indica o caminho da saída do Éden. Cabe lembrar que, em 1642, as figuras de Adão e Eva, por ordem do Grande Duque da Toscana, receberam uma sobre pintura de folhas de figo para cobrir as partes íntimas, retiradas em um restauro realizado entre 1983 e 1990 que também reavivou o cromatismo original enegrecido por um incêndio que destruiu parte do templo em 1771.

 

Masaccio, que teria se inspirado em figuras gregas e romanas, assim como em esculturas de Donatello, foi uma grande influência para Ghirlandaio, que teve como aprendiz Michelangelo, cuja cena “Queda do Homem e Expulsão do Jardim do Éden” do teto da Capela Sistina apresenta ecos da obra que está em Florença.

 

Oscar D’Ambrosio