A série de 50 copinhos de vidro com resina e pigmento em pó alemão, dentro de caixinhas de acrílico (16 x 16 x 7 cm), trabalha com a ideia do chamado “copo americano”, símbolo do design brasileiro, tendo até sido exposto, em 2009, no MOMA de Nova York, EUA. Ele recebeu a denominação de “americano” porque era fabricado, em suas origens, em 1947, em máquinas importadas dos EUA. O objeto visual de Renat Gosling pode ser lido como uma metáfora da célebre expressão que indica que uma situação pode ser vista como um “copo cheio ou vazio”, com mais ou menos otimismo de acordo com a capacidade de observação e o estado de espírito de cada um. Além disso, o conteúdo do copo pode transbordar, assim como nossas emoções. Ver um copo, nessa óptica, é um contemplar a vida pelas suas mais variadas facetas, além do certo/errado ou racional/irracional. Mais que ver um copo, vivenciá-lo é o mais importante, tenha ele conteúdo no seu interior, exterior ou derramado, como lembra o ditado popular sobre o célebre bovino. Talvez chorar sobre o “café derramado” possa ser necessário algumas vezes. Ou não...
Oscar D’Ambrosio