Pintura de Dôia
Mineira de Tupaciguara (1956) e radicada em Goiânia, GO, desde 1976, Maria das Dores Pontes Marques, que assina seus trabalhos como Dôia (@madoia), apresenta um trabalho que se caracteriza pela habilidade de lidar com diversos elementos visuais de modo a instaurar a sua própria linguagem. Se o mundo considerado real se configura como um aparente caos, a pintura da artista propõe uma própria ordenação cosmológica. A sua poética se dá pela maneira como trabalha com as cores mais frias (amarelos e vermelhos) e as faz conversar com as mais frias (azul e verde) de maneira a não valorizar os contrastes, mas as aproximações das tonalidades. O mesmo ocorre com as formas. Círculos e linhas curvas convivem com alguns elementos pontiagudos na criação de tensões superadas pela composição, que busca momentos plásticos de equilíbrio em cada tela. Assim, aparentes dissonâncias desaparecem, e as obras transmitem a possibilidade de se viver em um mundo melhor.
Oscar D’Ambrosio
