“Salve Jorge”, de Marisa Silva, do Rio de Janeiro, RJ, apresenta, com a técnica do bordado livre (30 x 50 cm), um dos episódios mais conhecidos da vida de São Jorge. Embora ele tenha sido um soldado que morreu como mártir durante as perseguições do Império Romano aos primeiros cristãos, sua ação mais célebre é justamente ter matado um dragão.
O episódio representado pela artista é visto, na perspectiva católica, como uma lição espiritual. O guerreiro teria libertado uma cidade de um monstro, que ia matar a filha única do rei local. A morte do dragão não significa apenas uma vitória física, mas um ato de comprovação da própria fé, que teria levado mais de 20 mil pessoas ao batismo.
Nascido na Capadócia, entre 275 e 280 e morto em 23 de abril de 303, Jorge é um dos santos mais venerados no Catolicismo, na Igreja Ortodoxa e na Comunhão Anglicana, como atesta a lista dos diversos países, como Inglaterra, e cidades, como Londres, Barcelona, Génova, Ferrara, Moscou e Beirute, de que é padroeiro.
A imagem de Marisa Silva mantém a lança, um dos principais atributos dos Santo. É com essa arma, que representa a Palavra de Deus, “viva” e “eficaz”, como define São Paulo (Hebreus 4:12), que ele fere mortalmente o dragão. Na obra, destaca-se o vermelho da capa da salvação de São Jorge em luta contra o corpo do demoníaco monstro.
Oscar D'Ambrosio é Pós-Doutor e Doutor em Educação, Arte e História da Cultura, Mestre em Artes Visuais, jornalista e crítico de arte.
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