Olhares da linha de frente, de Alexandre Ignácio Alves
Retratos sempre são fascinantes, seja qual for o estilo ou o objetivo. Na exposição “Olhares da linha de frente", no Vale do Anhangabaú, em São Paulo, SP, o artista visual Alexandre Ignácio Alves apresenta retratos de oito pessoas envolvidas diretamente no combate à pandemia causada pelo novo coronavírus.
Cada compensado naval, com 220 x 160 cm, traz uma imagem de um ser humano que, vinculado ao Hospital Emílio Ribas e ao Instituto Butantan, deu a sua contribuição para combater a Covid-19, seja diretamente ligado à área de saúde ou em profissões que dão suporte a cientistas e profissionais de Medicina e Enfermagem.
Colocar essas representações de pessoas em local público, tomando sol e chuva, recebendo sombras das árvores e múltiplos olhares dos que passam pelo local, a qualquer hora do dia ou da noite, não torna esses indivíduos heróis. Pelo contrário, acentua a sua fragilidade docemente humana.
Em espaço aberto, em meio aos edifícios paulistanos, as pessoas retratadas, a partir de fotografias tiradas pelo próprio artista, se integram à paisagem. Passam a ser igual a todos nós. Com as suas alegrias e idiossincrasias, amores e dores, trazem, em seus olhares, rostos e expressões, facetas de um momento histórico que deixa marcas internas em cada um de nós.
Oscar D’Ambrosio
