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Projeto Trama do Dia – Eliziana Vieira de Araújo (41)

Projeto Trama do Dia – Eliziana Vieira de Araújo (41)
10/07/2021

“Dívida impagável!” (40 x 40 cm), de Eliziana Vieira de Araújo, realizado com a técnica do bordado e uso de juta vermelha, linha preta, arame e papel laminado, integrou, em 2019, a Exposição de 10 anos do Sindicato dos Professores das Universidade Federal de Santa Catarina, que homenageou a trajetória da organização.

 

Fotografias, bordados e poesia rememoraram a trajetória da instituição a partir do seu vasto acervo de fotos. A presente obra, concebida a partir de um cartaz do Dia da Consciência Negra, expressa a revolta da artista com as mazelas que a escravidão trouxe para o povo brasileiro desde a violenta e desumana chegada dos ancestrais africanos ao Brasil.

 

Eliziana acredita que a sua constituição como pessoa e como ser social está mito vinculada às raízes negras que formaram o país. Viajou a Angola e a experiência a levou a ter ainda mais certeza que a dívida, como afirma no título da obra, é “impagável”, com danos irreparáveis dos dois lados do Oceano Atlântico.

 

O bordar nela se manifesta nela desde criança, com influência materna. Após um afastamento, na vida adulta, a arte das tramas retorna e a conduz a uma introspecção e reflexão sobre o ato de viver. A imagem traz uma silhueta negra sem rosto, com brinco com o mapa do continente africano e arame farpado na garganta, de onde, mesmo assim, sempre sairá uma voz.

 

Oscar D'Ambrosio é Pós-Doutor e Doutor em Educação, Arte e História da Cultura, Mestre em Artes Visuais, jornalista e crítico de arte.

 

O PROJETO TRAMA DO DIA publica diariamente uma obra do universo da arte têxtil com respectivo comentário a partir de 1/6/2021. Mande sua imagem em boa resolução para o e-mail projetotramasbrasileiras@gmail.com com as seguintes informações: nome d@ artista, título, dimensões, ano, técnica, materiais utilizados e informações adicionais que julgar relevantes da obra.

 

Esta ação se insere no Projeto Tramas Brasileiras, coordenado por Oscar D’Ambrosio e Parísina Ribeiro.