Fragmento do poema “Hotel Amadeu” do livro “O Livro da Adolescência”
“No Hotel Amadeu
a BELEZA
entre o diverso e o uniforme
era involuntária e insubmissa
e entre venenos, navalhas e insídias ocultas
eu aprendia que sem um corpo liberto
não se pode ter uma mente liberta.”
Palimpsesto Cinabre O cinabre, também chamado de cinábrio ou cinabarita, remete ao sulfeto de mercúrio e a uma cor que alguns denominam de “vermelhão nativo”. O nome foi usado por Teofrasto (372 a.C. – 287 a. C.), filósofo que Aristóteles escolheu para sucedê-lo na escola peripatética. Acredita-se que a palavra venha do persa, com um significado próximo a "sangue perdido de dragão". Muito identificam hoje a cor com um “vermelho vivo” semelhante à do tijolo. O poema, nesse contexto, entre “venenos, navalhas” e traições, remete justamente ao permanente aprendizado humano da necessidade de se ter um “corpo liberto” para conseguir uma “mente liberta”. Os diálogos entre dourados e avermelhados do “Palimpsesto Cinabre” apontam para a capacidade e o papel da arte de conseguir libertar corpos e mentes num saudável movimento eterno.
Oscar D’Ambrosio