O desenho a carvão é uma das técnicas mais clássicas e antigas. Proporciona traços amplos e a possibilidade de cobrir grandes superfícies com sombra. Permite plasmar expressões de personagens e captar atmosferas e luzes. A paisagem de Mauricio Ferreira com esse recurso plástico é um mergulho em potencialidades técnicas e no rico diálogo entre o que está dentro e o que está fora do artista. Desenhar é sempre uma maneira de colocar uma impressão digital na existência. Cada traço ou gesto é próprio. Por mais que exista uma referência ou um modelo a ser seguido, um novo trabalho é uma comunicação com o mundo e uma entrega sobre aquilo que se pensa e se acredita ver. Uma paisagem é mais do que uma paisagem. Um “Final de Tarde” é mais do que um “Final de Tarde”. É um conhecimento de si mesmo, feito de escolhas de imagens, de materiais, de percepções e de sensibilidades.
Oscar D’Ambrosio