“Pablo Neruda” (80 x 50 cm), obra realizada om as técnicas da tecelagem, cerâmica e bordado e os materiais algodão e tecido de tear mineiro, barro e linhas de algodão, por Selma Quaresma, faz refletir sobre o próprio conceito de estandarte, originalmente um tipo de bandeira ricamente bordada, às vezes em fios de ouro.
No entanto, os estandartes não são hasteados como as bandeiras, mas levados à frente de comunidades religiosas, irmandades ou confrarias. Consistem geralmente em um tecido retangular, muitas vezes farpado, com duas ou mais pontas, no qual está pintado ou bordado um emblema, uma imagem ou um dizer.
Os estandartes religiosos tradicionalmente têm como suporte uma vara horizontal, que forma uma cruz com a haste. No presente caso, temos um poema do escritor chileno Pablo Neruda, significativamente emoldurado por peças de cerâmica que representam e aludem a formas da natureza. O trabalho faz uma declaração de amor à vida.
O poema começa com a reflexão sobre as maneiras de morrer: “Morre lentamente quem não viaja,/Quem não lê,/Quem não ouve música,/Quem não encontra graça em si mesmo”. E termina com uma ode à felicidade “Viva hoje!/Arrisque hoje!/Faça hoje!/Não se deixe morrer lentamente!/Não se esqueça de ser feliz!”.
Oscar D'Ambrosio é Pós-Doutor e Doutor em Educação, Arte e História da Cultura, Mestre em Artes Visuais, jornalista e crítico de arte.
O PROJETOTRAMA DO DIA publica diariamente uma obra do universo da arte têxtil com respectivo comentário a partir de 1/6/2021. Mande sua imagem em boa resolução para o e-mail projetotramasbrasileiras@gmail.com com as seguintes informações: nome d@ artista, título, dimensões, ano, técnica, materiais utilizados e informações adicionais que julgar relevantes da obra.
Esta ação se insere no Projeto Tramas Brasileiras, coordenado por Oscar D’Ambrosio e Parísina Ribeiro.