Ao homenagear Frida Kahlo, o artista visual Willi de Carvalho cria uma imagem que remete a uma espécie de totem, palavra que provém dos índios algonquinos, do nordeste da América do Norte, que remete ao conceito de uma espécie de “brasão” de uma família ou comunidade. Poderia ser um objeto, animal (ave ou peixe, por exemplo) ou planta cultuado como símbolo ancestral de uma coletividade. Os totens tradicionais, altos postes esculpidos em cedro por criadores extremamente habilidosos, tinham, portanto, a verticalidade de uma conexão com o divino, tendo a função de um talismã que protege quem o respeita e adora. Willi de Carvalho elabora seu totem estabelecendo uma conexão entre a artista mexicana e as caveiras, já que a morte é tradicionalmente vista naquele país sem o caráter mórbido de outras culturas. Vida e morte se encontram nos tradicionais totens, na obra de Frida e no trabalho visual de Willi.
Oscar D’Ambrosio