Montesclareou, de Ana Maria Reis
Ana Maria Reis realiza uma interpretação em arte têxtil da música “Montesclareou”, de Tino Gomes e Georgino Junior. A criadora visual retrata, em bordado sobre feltragem, a Marujada, festa popular que homenageia o Santo Rosário e o Cálice Bento. A imagem dialoga com a letra: “Montes Claros, montesclareou,/Meus olhos cegos de poeira e dor,/Tudo é previsto pelos livros santos,/Que só não falam que o sonho acabou,/A marujada vem subindo a rua,/Suores brilham nos rostos molhados,/Agosto chega com a ventania,/Cálice bento e abençoado,/A dor do povo de São Benedito,/No mastro existe para ser louvado,/Louvado seja o Santo Rosário,/Louvado seja poeira e dor,/Louvado seja o sonho infinito,/E mestre Zanza que é cantador...”. A composição se tornou um hino não-oficial da cidade de Montes Claros, MG. Na imagem, destaca-se a caminhada, que concede horizontalidade à composição, e os mastros sagrados, que introduzem o diálogo com a verticalidade. A conversa entre o azul do céu e os tons terrosos da parte inferior também auxiliam a dar harmonia ao trabalho.
Oscar D’Ambrosio
