A fotografia de Clara Afonso traz uma frase de Frida Kahlo que aponta que nada é absoluto. Esse pensamento é muito forte na artista mexicana, pois a sua existência foi de lutas contra diversos preconceitos em sua caminhada estética e afetiva, indo desde verbalizadas opiniões a mensagens culturais em suas escolhas de roupas e adornos. O grande ensinamento que a trajetória dela traz pode ser encontrado em uma concepção de mundo em que as mudanças, movimentos e renovações são constantes. As impermanências são a única contínua permanência em uma sequência de perdas, que incluem amores e a própria saúde. A única força eterna a acompanhá-la por todo o tempo foi o amor, embora ele também tenha caminhado em distintas direções ao longo da sua trajetória, na qual não se deve buscar coerência, mas fidelidade a uma jornada singular, plena e intensa.
Esta obra integra a exposição "Imperfeita", realizada pelo Coletivo 284, com curadoria de Clara Afonso.
Oscar D’Ambrosio