“Dual como toda mulher”, de Adriana Scartaris, lida com as dualidades da artista mexicana que se manifestam em toda mulher. É possível encontrar o delicado colibri, associado à sensibilidade e à alma, mas em preto e branco, assim como o revolver colorido e as balas na cintura. O felino, no canto inferior esquerdo, alerta para um lado que nem sempre os seres humanos gostam de revelar ou que seja revelado. Existe na criação da imagem o conceito de que não há pessoas perfeitas. Predominam ambiguidades, ambivalências e interpretações daquilo que a cada um faz e pensa. Neste século XXI, muitas das questões de Frida Kahlo permanecem. São colocadas de novas maneiras, mas indagam o papel da mulher na sociedade, seja ela artista ou não, vivenciando alegrias, prazeres, dores e preconceitos. Ser desconfiado gato ou espiritual colibri e usar armas ou flores depende muito de cada situação.
Esta obra integra a exposição "Imperfeita", realizada pelo Coletivo 284, com curadoria de Clara Afonso.
Oscar D’Ambrosio