“Nada do que é humano me é estranho”. Essa frase do dramaturgo e poeta romano Terêncio ajuda a mergulhar na obra de Jonatas Teixeira que acompanha este post. O trabalho apresenta um tubo de PVC branco que sai da parede e vai para um suporte com predominância de azul, espécie de “céu” a receber o objeto. No entanto, outro tubo sai desse espaço e se expande para o espaço. Também é possível “ler” e ver o oposto, ou seja, o cano sai da “tela” para a parede e mergulha do espaço aberto para o suporte. Parede, “quadro” e espaço externo dialogam assim em três dimensões. A quarta é o tempo durante o qual o olhar do observador realiza essas ligações. A arte propicia justamente conversas que, como aponta Terêncio, nada têm de estranho. São essas disrupções que fazem refletir como, na criação visual, o único limite é imposto pelo próprio criador. O céu é infinito pela capacidade que nos dá de sonhar.
Oscar D’Ambrosio