“Passagem de Maria Taquara”, obra pintada com tinta acrílica sobre tela (50 x 70 cm), em 2015, por Wander Melo, imortaliza uma mulher que viveu, na década de 1940, em Cuiabá, MT. Com seu estilo caracterizado pela delimitação de áreas coloridas, o artista enfoca essa personagem urbana. Pouco se sabe sobre a biografia e nome real de Maria Taquara, apelido que recebeu devido à altura e magreza. Ficou famosa por desafiar os padrões sociais da época ao ser uma das primeiras mulheres na cidade a usar calça comprida. De dia, carregava uma trouxa na cabeça, porque vivia de lavar roupas para algumas famílias. Á noite, conta-se que, em seu barraco de adobe coberto de palhas, atuava como prostituta em troca de moedas. Moisés Martins lhe fez uma música: “Maria Taquara, Maria meu bem./Mulher de todos, que não é de ninguém./Taquara de dia, de noite meu bem,/Maria Taquara, não é de ninguém./Muié de sordado, de meganha também./De dia Maria, de noite meu bem./Maria é Cuiabá, Cuiabá é Maria/Não importa se é noite, não importa se é dia./Maria é Taquara,/Taquara é Maria,/Avançada no tempo,/Mulher fantasia”.
Oscar D’Ambrosio