“Emília ativista”, de Mara Ulhoa, apresenta a personagem de Monteiro Lobato em meio às abelhas. Três delas estão voando e uma está no vestido vermelho da boneca de pano capaz de se envolver nas mais diversas aventuras. O conjunto da cena tem uma composição em que se destacam as colinas verdes, o piso amarelo e as áreas reservadas para as flores, onde as abelhas, insetos sociais ameaçados de extinção, praticam a polinização, garantindo a sobrevivência da natureza. A imagem cativa pela posição do corpo da criação de Tia Nastácia. Com olhos de retrós preto e sobrancelhas elevadas, ela era muda até que engoliu a pílula da fala inventada pelo doutor Caramujo. A partir daí, não só Emília se sentiu livre para opinar sobre tudo e todos como adotou como lema para si mesma "independência ou morte", o que inclui, nesta imagem, a luta pela preservação das abelhas.
Oscar D’Ambrosio