Realizada com tinta acrílica sobre tela (60 x 90 cm), com técnica espatulada formando camadas grossas, “Igapó”, do Prof. Max Barros, de Manaus, AM, tem como assunto uma mata frequentemente inundada da floresta amazônica que se situa em terrenos baixos e planos ao longo de rios de águas negras. O trabalho traz símbolos que criam analogias entre o local e o ato de viver. Em ambos, o belo e o perigoso se mesclam. A árvore central indica a grandiosidade da vida e a água, a necessidade da alimentação, que permite a preservação e a continuidade. A garça, com suas longas patas e gestos suaves e precisos, preserva a pureza branca de suas penas, enquanto a arara, que tem apenas um parceiro (a) durante a sua existência, representa a fidelidade a uma pessoa ou ideal. Em contrapartida, a cobra, associada ao mal, está pronta a dar seu bote traiçoeiro e dificultar a caminhada pelas veredas do viver.
Oscar D’Ambrosio