A coroa de espinhos cravada na cabeça de Jesus é interpretada como símbolo da Dor da Humanidade originária da Expulsão do Paraíso. Carregá-la, indica a possibilidade de Libertação que o sofrimento trouxe. Essa simbologia surge na imagem de Zé, de Socorro, SP. O instrumento de tortura utilizado pelos romanos na Crucificação passa a ser mais que galhos e espinhos secos, tornando-se uma imagem de como a dor de Jesus redime os seres humanos. Em Portugal, acredita-se que a coroa foi feita com ramos de pilriteiro, espécie de espinheiro branco. Por isso, em dias de tempestade e trovoadas, galhos dela são colocados do lado de fora das casas, nas portas, como forma de proteção. O conceito é que tudo aquilo que tocou Cristo ou foi tocado por Ele tem poder de proteção. A prática artística, assim como a Fé, Esperança e Caridade, pode então ser lida como uma libertação da coroa de espinhos que se crava na alma, podendo gerar imagens que façam pensar sobre o significado da existência.
Oscar D’Ambrosio