Crochê, tecidos e argila são algumas das matérias-primas de Lidia Lisbôa para criar seus objetos e performances. Ela estabelece uma relação visceral com tudo aquilo que toca. A Série “Cupinzeiros”, que remete aos montículos cuja porção visível é encontrada na superfície do solo das pastagens. Eles são construídos pelos cupins, insetos sociais que vivem em colônias divididas em castas, grupos com características e funções diferentes. Há o casal real, par fundador da colônia; os soldados, estéreis, mas com cabeças e mandíbulas desenvolvidas, que defendem a colônia; e os operários, também estéreis, grupo mais numeroso que executa as funções de manutenção. O trabalho de Lidia Lisbôa tem essas mesmas capacidade: a multiplicação, pelo trabalho incessante; a defesa, por lidar com formas de proteção, como casulos; e de manutenção, pelo labor incessante.
Oscar D’Ambrosio