A imagem de Zé, de Socorro, SP, permite pensar nas frases que colocam a figura materna como aquela que abre caminhos. Quando ela é vista segurando duas crianças, uma em cada mão, em um cenário marcado por traços nervosos, é uma metáfora dessa sua função de dar segurança e apontar direções. Talvez um dos dilemas de exercer a maternidade seja justamente saber lidar com o momento de soltar essas mãos para que os filhos possam seguir seus passos sozinhos pelo mundo, aprendendo a tomar decisões, colher frutos dos acertos e sentir as dores e os aprendizados que são consequências dos erros. A mãe e os filhos, de costas para o observador da imagem, parecem caminhar para enfrentar essa continuidade perene de dilemas. Não haverá erros os acertos permanentes, mas metamorfoses constantes rumo a uma infinita jornada de aprendizados.
Oscar D’Ambrosio