Oscar D'Ambrosio

As palavras “A reta é uma curva que não sonha”, do poeta Manoel de Barros, intitulam trabalho realizado por Daniele Bloris, com nanquim sobre papel tamanho A4, em 2018. As torções da sua figura nos lembram como a arte pode ser a delicada aprendizagem do desaprender. Isso significa conceber as manifestações visuais como partituras em que cada criador propõe a sua sinfonia. A forma de orquestrar as linhas retas e curvas constitui seu estilo, com contrapontos, cheios, vazios, ruídos e silêncios. Cada acorde plástico é uma expressão do ser e do sentir.  A imagem de Daniele Bloris, portanto é um ato de visão. A sua disponibilidade de dar vazão ao ato de criar lhe permite navegar por curvas e linhas de modo a manifestar uma concepção de mundo em que o preto das linhas e o branco do papel dialogam e apresentam uma interpretação do mundo em que o sonho das linhas curvas da imaginação se torna onipresente.

Oscar D’Ambrosio