O trabalho de Karina Koslowski, realizado com tinta acrílica sobre tela (90 x 70 cm), com pincel e espátula, cristaliza o conceito de que um cérebro pode explodir em arte. As tintas se espalham na parte superior da tela a partir do interior da parte superior de uma cabeça. Na parte inferior dois pares de mãos, de cores e tipos distintos, cobrem o rosto, tapando os olhos. As leituras da imagem podem ser as mais variadas. Vão desde o cerceamento que não permite ver ao redor e resulta em um vulcão de energia inventiva a uma mais simbólica, a apontar como o fechamento em si mesmo também é uma forma de inquietação. De uma forma ou de outra, a arte é vista como a suprema capacidade de inaugurar novos mundos. O contraste entre o cinzento das formas humanas e as cores das ideias evidenciam que a mudança, em qualquer dimensão, pode ser obtida pela capacidade de criar.
Oscar D’Ambrosio