Seres humanos e a geometria podem conversar? Essa é a proposta visual do trabalho de Ssara Dinizz. À esquerda, temos a predominância de linhas retas petas de espessuras variadas. Uma delas, vertical, faz a separação de metade de um rosto delineado com linhas escuras e com lábios espessos levemente avermelhados. À direita, sem a separação vertical, surgem novas linhas pretas de espessuras mais próximas entre si. Tudo isso se dá sobre um fundo em que predominam; no canto superior direito, o vermelho e o amarelo; e, no canto inferior esquerdo, o vermelho e o azul. O olho encara o observador como a perguntar qual é a origem dele mesmo e da própria arte. De onde brotariam as linhas, as manchas, as cores, as tonalidades, os assuntos, os processos e as poéticas visuais? Uma resposta é o cérebro humano, capaz de atrocidades, é verdade, mas de incontáveis maravilhas, como a arte.
Oscar D’Ambrosio