Oscar D'Ambrosio

“A Vida Invisível de Marina A.”, de Adriana Hernandes (@diario_intuitivo), tem, como mote inicial, o romance “A vida invisível de Eurídice Gusmão”, de Martha Batalha, que enfoca duas irmãs nos anos 1940, no RJ: Guida, que some da casa dos pais, e Eurídice, que se torna uma exemplar dona de casa. Ambas vivem as dores e alegrias de suas escolhas. Alimentada dessas narrativas, Adriana toma como mote visual a exposição e performance de Marina Abramovic “A artista está presente”, realizada no MoMA, em Nova Iorque, em 2020, de 14/3 a 31/5. Sete horas por dia, seis dias por semana, a “performer”, em meio a uma retrospectiva de sua carreira, ficava sentada em uma cadeira e recebia os visitantes, com uma mesa entre eles, com uma troca de olhares sem palavras, que poderia durar o tempo que a pessoa julgasse necessário. A imagem trata do tempo das casas partidas, dos choros, da contagem dos dias e das ausências, numa atmosfera regida por massas de cor sobre um infinito fundo negro.

Oscar D’Ambrosio