A linha de um desenho pode funcionar com uma metáfora da jornada da existência. Existe uma musicalidade do gesto que acompanha o processo criativo, seja ele mais clássico, mais rebelde ou mais próximo do improviso. Após ser vacinado com a primeira dose contra o novo coronavírus, impactado pelo bom atendimento e carinho como foi tratado por pessoas dedicadas que, desde o começo da pandemia, doaram seu coração ao próximo, mesmo perante numerosos perigos de diversas ordens, Zé, de Socorro, SP, agradece com seus traços. São riscos de artista que cristalizam os riscos daqueles que, com sua grandeza humanitária, tocaram seu corpo e seu coração. No seu desenho, as linhas se tornam o ato de entrega de um coração, que vai até o outro de modo a renovar esperanças de gerar e multiplicar um mundo melhor com vida plena, paz interior e harmonia universal.
Oscar D’Ambrosio