“Transformação”, obra realizada com nanquim e aquarela sobre papel (tamanho A2), em 2021, por Daniele Bloris, lida com questões visuais como cor e frequência. Existe a delicadeza ao lidar com tonalidades de roxo, azul e preto, dentro de uma construção visual que se assemelha ao movimento de uma partitura. Existe uma sinfonia plástica na maneira como a artista institui o seu gesto. Surge no suporte uma espécie de ideograma oriental, caracterizado pela comunicação direta com o observador. Não se trata, porém, de reconhecer o significado do que é visto, mas de partir do que se contempla para novas interpretações, seja por meio de palavras ou de imagens. A obra de Daniele Bloris, nesse aspecto, traz uma imanência, ou seja, a presença interior de uma qualidade existencial e artística que faz perceber a capacidade da arte de possibilitar transcender o cotidiano. Oscar D’Ambrosio