Projeto Ñomongetá – Romário Batista
“O Velho Índio”, pintura sobre papel (100 x 29 cm) de Romário Batista, de Itamaraju, BA, de 2003, apresenta um índio solitário com uma lança em uma de suas mãos. Se, por um lado, elementos, como o cocar estilizado, remetem à ancestralidade, base da manutenção da existência das tradições, a composição visual se utiliza de recursos plásticos da modernidade, como a fragmentação do rosto, que remete ao cubismo. Também se destaca a posição dos pés, um frontal e outro lateral. A arte permite essas convivências de temas e estilos, com significativos aspectos se somando, como a sombra que acompanha o trabalho, que pode ser lida como a onipresença do passado do qual o velho índio não se liberta. A obra gera diálogos entre quem foi esse personagem que hoje está avançado em anos. O que ele fez e pensou? O trabalho de Romário Batista levanta essas questões em uma imagem sintética e potente.
Oscar D’Ambrosio
