Há poucos momentos mais tristes para criações visuais do que a sua falta de capacidade de criar impacto. Uma das melhores definições de arte é justamente a que a entende como algo transformador. “Paris Gare de L'est", de 2020, de Elso Arruda (@elsoarte), do Rio de Janeiro, RJ, realizada com tinta acrílica e pigmentos sobre lona (120 x 130 cm), se fundamenta plasticamente no movimento obtido pelo jogo de cores. As geometrias propostas criam diálogos que estimulam a capacidade de gerar percepções em que o espaço surge como algo impactante. Isso combate a indiferença do observador e nos convida a pensar as impressões que temos da obra. É nos seus ruídos e silêncios que a arte nos convida para visões mais aproximadas, percebendo detalhes que nos levam a mergulhar em outra realidade, capaz de nos fazer pensar mais e melhor sobre a que vivemos.
Oscar D’Ambrosio