Karinne Lanzoni apresenta uma obra em que a geometria se faz presente com quatro formas retangulares: duas brancas, uma vermelha e uma preta. O conjunto pode ser entendido como uma pesquisa visual de figuras geométricas e cores. Se o vermelho é associado à vida, a horizontalidade pode ser interpretada como uma continuidade da caminhada existencial, enquanto o preto, tradicionalmente vinculado à morte, aparece como uma coluna vertical. Nesse contexto, o branco, somatória de todas as cores, pode exercer o seu papel pacificador, no sentido de estabelecer um equilíbrio harmônico. Obras como esta são ricas por permitirem desde leituras mais simbólicas, baseadas na disposição espacial de seus elementos, àquelas mais estritamente formais, relacionadas aos efeitos conseguidos pelos jogos visuais estabelecidos. Sem certo ou errado, prevalece a liberdade da interpretação.
Oscar D’Ambrosio