Rosângela Politano homenageia, nesta obra, o artista paraibano Tito Lobo, que tem como uma das principais origens de seu trabalho o contato com seus avós, naturais de tribos indígenas da Paraíba e do Maranhão. Nascido em 1960, ele vem progressivamente buscando a cultura de seus antepassados. Na imagem, ele surge com um cocar alusivo às tradições de sus ancestrais. Porta um cajado, símbolo dos elos entre o profano e o sagrado, sobre o qual está o mundo, já que, por meio da arte, ele conquistou o Brasil e o Exterior. Sobre a esfera terrestre, surge uma pomba-de-bando, que é o símbolo do Estado da Paraíba. Há ainda os ipês floridos, sendo que está flor, em sua cor amarela, é o símbolo da cidade de João Pessoa, sua cidade natal. A presença de outros pássaros alude ao relato do artista de que as aves cantam quando ele retorna para o contato com as matas, na busca de uma conexão ainda maior com suas raízes.
Oscar D’Ambrosio