Perante o novo coronavírus e a Covid-19, Regina Mendes trabalha com a simbologia do cisne negro. Inicialmente, existe a oposição entre o cisne branco, associado à pureza e à luz, e o negro, vinculado ao oculto e ao misterioso. A partir daí, há o conceito criado pelo filósofo Nassim Taleb, que chama de “cisne negro” eventos muito raros que geram enorme crise e violento impacto, obrigando a uma profunda reflexão. Os Atentados de 11 de Setembro nos EUA seriam um exemplo. A riqueza das simbologias da tela de Regina Mendes se amplia com a visão da ave dentro de uma imagem que remete ao microrganismo, com ícones como o mapa da China, símbolos de dinheiro e tubos de ensaio. O dinamismo de formas e cores sugere transformação, no sentido de que este momento pode conduzir a uma renovação da humanidade, principalmente para os que lidam melhor com o imprevisível, como a pandemia.
Oscar D’Ambrosio