Perante o coronavírus e a Covid-19, o artista visual Lucas de Pontes mergulhou no universo dos círculos e dos arredondamentos. A circularidade se faz presente no globo terrestre, na estrutura do vírus e na maneira como ele se espalha em ondas. A fuga da linha reta instaura um mundo em transformação no qual se vive apenas uma certeza: nada será exatamente como antes no futuro. Isso envolve, além da imensa perda de vidas, repercussões no trabalho, na educação, na economia, no discurso, nas imagens, enfim, na sociedade como um todo. Talvez os movimentos presentes em Lucas de Pontes anunciem um novo universo visual em que as distâncias físicas lineares foram reduzidas com os ganhos e perdas próprios do mundo arredondado virtual. Mover-se em círculos que se ampliam pode ser uma nova forma de reconstruir a própria trajetória na realidade presente e na que virá.Oscar D’Ambrosio