O ponto de partida de Ana Maria Bauer está na rica simbologia dos casulos enquanto potência de transformação. A emblemática imagem da feia lagarta que se torna uma bela borboleta vincula-se à ideia do renascimento, com suas múltiplas conotações, principalmente no que diz respeito a, após um período de clausura, conhecer a luz. Há uma analogia entre a sabedoria da natureza e a criação visual no sentido do estabelecimento de uma dualidade entre estar reservado e quieto antes de ganhar, com energia e leveza, o espaço. É indicada uma jornada criativa e espiritual de encontro com o próprio eu e com o mundo que demanda recursos técnicos artísticos e sensibilidade. O fundo verde, tradicional símbolo da esperança; os casulos, com a sua sutil transparência, e as borboletas, diferentes entre si, apontam para a possibilidade da existência de um diverso e colorido amanhã.
Oscar D’Ambrosio