Oscar D'Ambrosio

Na série intitulada “Seres do Imaginário”, Alex Freire cria, com pastel e óleo em papel, uma mitologia própria em que elementos de várias culturas se mesclam. A sua sereia evoca aspectos da mitologia grega, da Iara ameríndia e de orixás vinculados à água da cultura africana e de suas ramificações no Brasil. A imagem do artista não surge como explicitamente feminina e apresenta uma flor na mão em meio à vegetação, com um peixe a título de adorno sobre a cabeça. Se há nela sensualidade, o corpo frígido da cintura para baixo impede a relação sexual. A morte dos seus possíveis amantes é então uma consequência natural dessa impossibilidade de realizar seu desejo. É na mescla dessas tradições que os Seres do Imaginário de Alex Freire nos cativam. Quais são as suas histórias? De onde provêm seus gritos, cantos, encantos e silêncios?

Oscar D’Ambrosio