Tecido felpudo de lã ou algodão, à semelhança da pelagem animal, as felpas evocam percepções de afeto, abraço, aconchego, carinho e conforto. Elas estão na obra “Abraço II”, da série “A permanência na impermanência”, de 2021, obra realizada com tinta acrílica, monotipia em películas adesivas de reaproveitamento e colagem por Marli Takeda. Em trabalhos anteriores, elas eram pintadas como forma de atrair o observador para ter a sensação tátil, como a maciez. Na atual série, a questão colocada é de pesquisar o material em si mesmo como uma possibilidade de explorar plástica e emocionalmente relações de delicadeza. A escolha de um material, portanto, como mostra o trabalho, constitui um elemento essencial para que seja atingido o resultado almejado. Cada escolha feita é um passo para a consecução de uma visão e intepretação da arte e do mundo.
Oscar D’Ambrosio