“O saxofonista”, de Karina Koslowski, realizada com tinta acrílica sobre tela (130 x 90 cm), feita em 7/4/2021, remete ao mundo do jazz, gênero que tem, entre as suas principais características, o improviso. Nesse contexto, a obra introduz uma quebra de paradigmas nas duas áreas do instrumento que lidam com o fluxo de ar, que pode ser interpretado, no universo da criação, como o sopro que alimenta todo o processo artístico. O artista, que deveria colocar ar no sistema, não tem como fazer isso, pois não tem cabeça. Além disso, o que sai do instrumento não é som, mas tinta. Existe, portanto, uma quebra de expectativa do que um instrumento sonoro como o saxofone propicia. É justamente por lidar com o diferente e o inesperado que a arte se realiza. O ato de criar fascina porque gera incômodos, no sentido de visões de mundo que incomodam, questionam e surpreendem sob diversos aspectos.
Oscar D’Ambrosio