Em “Contágio”, Moni Pimenta faz uma releitura de um trabalho do artista visual Nando Motta. Trata-se de uma intepretação da falta de consciência sobre o correto uso da máscara. Um elemento importante na composição do trabalho é o fato das representações do novo coronavírus estarem em verde – não em vermelho, como o habitual. Isso indica uma certa naturalização, ou seja, a presença do causador da Covid-19 passa a ser vista como comum, não como algo assustador que causa mortes, dor e consequências nas mais diversas esferas, como a física e a psicológica. Na imagem, indivíduos das mais diversas idades e raças caminham com a máscara sem cobrir a boca e/ou o nariz. Fica a pergunta até que ponto se trata de desinformação, de descaso perante a própria vida e a dos outros ou de prepotência de achar que a pandemia pode atingir apenas outras pessoas. Ledo engano...
Oscar D’Ambrosio