Utilizando cerâmica e tela aquareladas, Ana Maria Xavier Guimarães apresenta uma interpretação do momento que atravessamos da pandemia. O relevo do Estado de Minas Gerais funciona como metáfora da tensão e do lúdico entre o que está próximo e distante. A imagem evoca céu e terra ou espiritualidade e Humanidade. A linha que separa as duas partes da obra torna-se assim uma espécie de termômetro de como pessoas e visões de mundo podem se aproximar ou distanciar perante momentos de estresse. O sofrimento de cada um vem se se tornando a dor de todos, em um triste processo que culmina em maior empatia e solidariedade. Desde a sua graduação na Escola Guignard, em Belo Horizonte, MG, na década de 1970, a artista pesquisa e produz pigmentos, corantes, tintas, aquarelas e esmaltes. A partir da terra, encontra a energia que a faz pensar sobre o lugar dela e da Humanidade no mundo.
Oscar D’Ambrosio