Oscar D'Ambrosio

“A fragilidade do homem”, de Michele Angelillo, constitui uma reflexão sobre a própria existência humana. Perante o ego inflado que muitas vezes caracteriza algumas pessoas, a pandemia trouxe a realidade da doença. São pessoas perdidas, famílias destruídas e sociedades que precisam se reinventar tanto no aspecto econômico como no mental. O cérebro do lado esquerdo da imagem talvez esteja ardendo nas chamas da perplexidade perante a observação da fragmentação dos indivíduos e, por consequência, da realidade que acreditava conhecer e que entendia como segura. O despedaçamento gerado pela fragmentação das certezas conduz à necessidade de um novo entendimento do mundo em que a convicção da efemeridade do que se chama de vida e a quebra da linearidade do pensamento deixou de ser uma abstração perante a onipresença da morte em cada esquina.

Oscar D’Ambrosio