O fundo vermelho proposto por Michele Angelillo em “Desejo da Liberdade” constitui uma metáfora visual do triste momento de necessário isolamento social que a humanidade atravessa. A possibilidade de abrir esse simbólico cadeado se dá de com vários elementos simbólicos conjugados: a mão, a praia e a água; e a borboleta. Eles vislumbram janelas para o mundo. Respectivamente, podem ser vistos como índices da capacidade humana de criar alternativas, como faz a ciência; como contato com a natureza, que propicia um encontro com o próprio eu e com o universo como um todo; e como a metamorfose do inseto, que conduz a pensar que sempre é possível um amanhã melhor, pois a borboleta, em seu casulo, reúne forças para alçar voo. A chave que permitirá construir um futuro sem cadeados passará, de uma forma ou de outra, por esses fatores. Oscar D’Ambrosio