Ana Verona, de Belo Horizonte, MG, desenvolve, com técnica mista sobre tela (1 x 1 m), um trabalho em que a esperança surge como elemento primordial de uma poética em que o conceito de prisão e encarceramento é muito presente, tanto nas linhas verticais que estão sobre os pássaros, no terço superior, como nas áreas abaixo, em que há sugestões de arquiteturas em que cada área, mesmo próxima da outra, conserva certo grau de isolamento. Uma única ave, do lado direito, está livre, sendo o respiro e alívio perante uma atmosfera de opressão e privação. Esse indicativo de que existe a possibilidade de encontrar uma válvula de escape torna o trabalho um desafogo emocional perante uma atmosfera de limitação de possibilidades. Perante a possibilidade real de um amanhã a ser construído, a tela de Ana Verona indica um caminho. Oscar D’Ambrosio