Clau Resende, do Rio de Janeiro, RJ, em "Lua Solo", realizada em abril/2021, com grafite sobre papel reciclado A4 de 120 g, apresenta um mergulho visual na segunda onda do isolamento social motivado pela pandemia causada pelo novo coronavírus. Se, em um primeiro momento, o foco foi a realização de esculturas com plásticos, que deterioram os oceanos e os seres que ali habitam; neste momento, o refúgio passou a ser em um espaço mais distante, o solo da lua, com seu misterioso e fascinante relevo onde se pesquisa a existência de água que poderia ter abrigado formas de vida. A exploração da lua é análoga à busca profunda de si mesmo, pois as duas instâncias têm regiões obscuras e desconhecidas que, respectivamente, a ciência e a arte, ainda mais quando associadas, podem auxiliar a revelar. Esse conhecer e compartilhar o que se tem de melhor potencializa uma interação entre cada pessoa, a sociedade e o meio ambiente.
Oscar D’Ambrosio