Oscar D'Ambrosio

A escultura em cerâmica de alta temperatura de Cris Marcos (@ceramicaterrae) que companha este post tem como ponto de partida estético um cocar indígena. Feita com placas e modelada a mão, encontra suas raízes no povo que se autodenomina “huni kuin” (que significa "homens verdadeiros" ou "gente com costumes conhecidos"), embora seja chamado pela cultura branca de "kaxinawá" ("povo morcego", "povo canibal" ou "povo que anda à noite", denominação que os indígenas não concordam), com uma população que se concentra no Estado do Acre. A obra de Cris Marcos gera uma importante reflexão sobre como, nas artes visuais, a procura pela síntese é um importante caminho. A peça da artista é, nesse sentido, uma subtração de elementos de um cocar original. Nesse sentido, a arte se cristaliza não como cópia, mas como representação e interpretação da realidade. Oscar D’Ambrosio