A natureza-morta de Cardozo Vieira nos leva a pensar sobre esse gênero. Geralmente se pensa nele como um tipo de pintura ou fotografia que trabalha com objetos inanimados. Frutas, louças, instrumentos musicais, flores, livros, taças de vidro, garrafas, jarras de metal e porcelanas, por exemplo, são colocados em diversas composições. Esse primeiro momento, muitas vezes, é deixado de lado. A maneira de arrumar aquilo que se vai pintar faz parte dessa prática plástica. O estudo das luzes, sombras e tradicionais simbolismos desses elementos são igualmente importantes. Existe, no ato de pintar a natureza-morta, a técnica associada a um particular pensar. Os brilhos do cobre, por exemplo, são um desafio, assim como as dobras de uma toalha de mesa, as tonalidades das flores ou as variações cromáticas oferecidas por frutas. Cardozo Vieira permite um mergulho nessas delicadas nuanças do refletir e do fazer. Oscar D’Ambrosio