Na aquarela em papel A4 intitulada "Iemanjá, Rainha do Mar", Marcelo Lopes retoma a simbologia de uma divindade da fertilidade originalmente associada, em religiões de matriz africana, aos rios e desembocaduras. Com a diáspora africana causada pela escravidão negra, ela passou a ser a divindade dos mares. É considerada a Mãe de todos os Orixás, ou seja, a Mãe do Mundo. No Brasil, é objeto de festas públicas, com ampla influência na música, literatura e na religião. Marcelo Lopes trata dessa figura das águas com a técnica da aquarela, em que o elemento líquido tem um papel essencial, amplia as leituras da divindade, ligada ao azul, aos tecidos finos e aos espelhos, identificada no catolicismo com Nossa Senhora da Conceição, Nossa Senhora dos Navegantes, Nossa Senhora da Glória e com a própria Virgem Maria, também Mãe de Todos. Oscar D’Ambrosio