Cris Marcos lembra, com a sua peça de cerâmica que tem como ponto de partida um cocar dos índios brasileiros Kaiabi, que a discriminação racial ocorre também com os indígenas. Uma maneira de homenagear essa cultura está na sua fixação em obras de arte contemporâneas. A artista, por exemplo, pesquisa os adornos e tradições dos Kawaiwete, anteriormente também conhecidos como Kaiabi, denominação que apareceu pela primeira vez em um documento publicado em 1850, nos relatos do viajante francês Francis de Castelnau. Com as invasões de suas terras ancestrais por empresas seringalistas desde o final do século XIX, o povo dessa etnia foi forçado a deixar as suas áreas tradicionais, sendo transferida para o Parque Indígena do Xingu, onde se dedicam à agricultura e a manufatura de objetos feitos de tucum e inajá, além de peneiras de arumã com padrões gráficos inspirados na sua mitologia. Oscar D’Ambrosio