Em "No Tabuleiro da Baiana", realizada com técnica mista sobre tela (29 x 25 cm, 2020) Gêiza Barreto homenageia as baianas que, desde o Brasil Colonial, percorriam as ruas de Salvador, BA, com tabuleiros equilibrados sobre a cabeça vendendo as iguarias dos orixás, como vatapá, abará e acarajé, que só podia ser vendido pelas filhas de santo de Iansã (Santa Bárbara no sincretismo entre o Catolicismo e o Candomblé). O preparo dos bolinhos era feito dentro do terreiro, de onde a baiana saía vestida com batas, saias brancas, torso e pano da costa, enfeitada de brincos, pulseiras e colar da cor vermelha da divindade. Muitas dessas baianas estiveram entre as primeiras negras a adquirir a liberdade, comprando a sua alforria e a de parentes comercializando os seus quitutes. A imagem mostra, pelas cores e pela sua dinâmica interna, toda a força dessas mulheres, símbolos da cultura da Bahia. Oscar D’Ambrosio