O trabalho “Raízes Negras”, de Janeide Soreto, trata de lutas e de ancestralidade. A imagem apresenta ícones relacionados à música, à história da arte, à maternidade, ao trabalho doméstico e rural. Inclui ainda uma homenagem à escritora norte-americana Maya Angelou (1928 – 2014), autora do poema “Ainda Assim Eu Me Levanto”. Estuprada aos oito anos e mãe solteira, foi a primeira mulher negra a ser roteirista e diretora em Hollywood. Nos anos 1950, quando assumiu o pseudônimo "Maya Angelou", ganhou destaque como como atriz, cantora e dançarina e, na década seguinte, aproximou-se de Martin Luther King Jr. e Malcolm X. Trabalhou para o movimento de direitos civis e, posteriormente, percorreu a África denunciando injustiças. O poema escolhido por Janeide Sotero é um hino de resistência à opressão, como é possível verificar pelo seu início (“Você pode me riscar da História/Com mentiras lançadas ao ar./Pode me jogar contra o chão de terra,/Mas ainda assim, como a poeira, eu vou me levantar.”) e final (“Deixando para trás noites de terror e atrocidade/Eu me levanto/Em direção a um novo dia de intensa claridade/Eu me levanto/Trazendo comigo o dom de meus antepassados,/Eu carrego o sonho e a esperança do homem escravizado./E assim, eu me levanto//Eu me levanto//Eu me levanto.”). Oscar D’Ambrosio