A aquarela sobre papel “Dentes de milho visto de perto”, de Cibele Pilla, gera uma série de reflexões sobre caminhos possíveis quando se pensa na construção de uma obra de arte. Uma delas está na escolha do foco que será dado. Tanto se pode optar por planos mais próximos ou mais distantes imagem. No presente caso, os grãos de milho, ao serem vistos em um plano próximo, evocam uma paisagem. A maneira de lidar com as manchas que a aquarela propicia é um recurso técnico que permite tratar dos mais variados assuntos de maneira que não se trata de uma figuração e, mesmo que ela aconteça, torna-se possível dar infinitas abordagens. O que é representado torna-se menos importante do que aquilo que se deseja mostrar em termos de aperfeiçoamento contínuo em busca de nova maneiras de expressar, em múltiplas combinações, o que está fisicamente ao redor e o que cada artista tem dentro de si. Oscar D’Ambrosio